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Big Data vs. Smart Data: convertendo informações em insights

Por: Mari Sampaio
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Por Lauro Sollero*

 

Imagine o cenário: site grande, alcance nacional, área logada, dados pessoais; um sistema de auto-tagging que anote, absolutamente, tudo quanto é interação dos usuários, mandando as informações para o Google Analytics. Nada absurdo, nenhuma situação rara de acontecer. Se o contrato com uma agência de inteligência/performance termina, contrata-se outra.

Nesse meio tempo, com sorte, percebe-se que dados pessoais estão sendo enviados para o Google Analytics, pois, alguém implementou alguma coisa errada. Logo, já temos pelo menos três partes envolvidas: Google, Agência 1 e Agência 2, todas com acesso a dados sensíveis, pessoais, PII (Personally Identifiable Information, ou informação que permite identificar exatamente uma pessoa), sem que o usuário saiba. A LGPD, Lei Geral de Proteção de Dados, está na esquina e o pesadelo é anunciado.

 

Era da informação: coleta de dados sem controle

Inicialmente, pensávamos que não seria possível coletar as informações de todos os usuários, descobrir sobre como o seu site seria usado e o que poderíamos saber a respeito de cada grupo de pessoas.

Depois, chegamos à conclusão que informação nunca seria demais. Então, apareceu o Big Data que, até hoje, permite trabalhar e gerenciar dados de todas as fontes possíveis, além de coletar e guardar essas informações para análises posteriores, sem a necessidade de nos preocupar muito com limites. Porém, agora, vemos que a posse de todos esse dados pode sim ser um problema. Um grande problema aliás.

Além de um possível processo jurídico que pode custar milhões, temos gastos com a coleta desses dados e com a implantação de um sistema como o Google Analytics, que tem um limite no número de informações coletadas (hits) por mês, ainda que esse limite possa aumentar com os pacotes do GA 360 (planos pagos do Google Analytics).

Outra despesa é o custo de armazenamento, que é pequeno para um site com pouco acesso, mas explode, exponencialmente, quando falamos de milhões de hits por mês. Além disso, temos o gasto com mão de obra e com o tempo que a equipe vai levar para separar o que será útil e analisar os dados com mais precisão.

Por fim, mas não menos problemático, temos os riscos de vazamento de alguma informação pessoal e, com a LGPD, que entra em vigor em 2021, teremos que ter controle de quem tem acesso a qual informação e onde elas estão guardadas. Ainda será necessário ter processos para limpar todas essas informações sob demanda do usuário.

 

Smart Data: a saída para as novas exigências do mercado

Com essa mudança de cenário, chegamos no Smart Data. Definido por coletar apenas as informações úteis, esse método é mais barato, mais rápido de trabalhar e analisar, não traz nada escondido ou mesmo duvidoso quanto à segurança de informação e privacidade dos usuários.

Para montar e organizar o sistema do Smart Data temos mais trabalho inicialmente, mas, em médio prazo, o tempo, o trabalho e o custo inicial, rapidamente, se tornam a melhor opção.

Um dos benefícios do Smart Data é que conseguimos mapear e documentar, exatamente, toda informação que será coletada e ter o controle se apenas os dados necessários foram captados.

Assim temos um maior discernimento do que pode e do que não pode ter sido guardado, conseguimos criptografar e anonimizar dados individuais, além de gerenciar e controlar o acesso a todas essas informações.

O cenário do início do texto pode ser melhorado consideravelmente. Realizar treinamentos sobre a gravidade e os riscos da falta de rigor e controle desses dados também é extremamente importante.

A solução estava na nossa cara o tempo todo! Não colete mais do que você precisa, não peça para o usuário mais do que o necessário, seu eu do futuro não quer essa dor de cabeça. Perca mais tempo antes para não arcar com as confusões depois.

 

(*) Lauro Sollero é especialista em Digital Analytics na ZOLY. Com um longo histórico em desenvolvimento web, se tornou responsável pelas integrações do Firebase Analytics.

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