O cenário do varejo na atualidade: tendências, conceitos e insights
As mudanças que as marcas estão fazendo para se adaptar ao cenário do varejo na atualidade foi um dos temas do Latam Retai Show
Por Bianca Borges*
Na era digital, ser disruptivo se transformou em uma qualidade essencial para as organizações que querem se manter relevantes no mercado. Durante o Latam Retail Show, a transformação que marcas e empresas estão fazendo foi um dos tópicos mais discutidos.
Um dos painéis de destaque trouxe as tendências do varejo e forneceu um panorama do cenário atual. No painel, estavam presentes CEOs e Presidentes de grandes marcas como C&A, Boticário, Zurich Seguros e Grupo Pão de Açúcar. Confira a seguir alguns insights trazidos pelos participantes.
A inovação como parte da cultura empresarial
Esse conceito foi transmitido por Arthur Grynbaum, CEO do Grupo O Boticário, que demonstrou que a inovação precisa fazer parte da cultura de qualquer empresa e deve ser contínua, afinal, organizações de sucesso sabem que inovar é a peça chave para continuar conquistando clientes e permanecerem ativas no mercado.
Para ilustrar tal depoimento, Grynbaum deu exemplo de ações que O Boticário tem feito para estimular a inovação:
“Temos dentro de casa o BotiLabs, um laboratório que ajuda a gente a trazer novas soluções e inovações para o consumidor. Também possuímos uma Loja Conceito em Curitiba que utiliza realidade aumentada e proporciona experiências diferenciadas aos clientes. […] Além disso, nós desenvolvemos o primeiro perfume criado por Inteligência Artificial, fomos a primeira empresa a fazer isso”.
Cliente no centro da estratégia
Para inovar, é preciso estar atento às transformações do mercado e enxergar como a sua marca ou empresa pode aproveitar essas mudanças. Porém, tudo isso precisa ser pensado tendo o cliente como foco.
“A transformação que estamos vivendo hoje, vai além do comportamento do consumidor e da capacidade de transformação da manufatura das empresas. Para uma empresa se manter relevante no mundo atual, precisa estar atenta a tudo o que acontece. Vivemos em um mundo volátil, diverso e ambíguo, e o que nos faz permanecer importantes nele é o foco que damos para o nosso cliente”, afirmou Edson Franco, CEO Brasil da Zurich Seguros.
Ainda de acordo com Franco, já estamos vivendo a quarta revolução industrial e temos que focar as competências da nossa empresa naquilo em que as máquinas não são capazes de nos substituir.
“Nesse sentido, na nossa opinião, o foco tem que estar no cliente, mas não da forma superficial como costumamos fazer hoje”, salientou.
O que importa é a qualidade da experiência
Ainda falando sobre ter o cliente no centro das estratégias de negócio, a qualidade da experiência é algo que conta muito.
Dentro desse conceito de trazer uma experiência mais qualitativa para o consumidor, a transparência é um requisito básico. Os consumidores se conectam com valores que a empresa defende, a forma como ela age e a maneira como se comunica. Por isso, ser transparente em relação a tudo isso é um pré-requisito para conquistar verdadeiros fãs e oferecer experiências inspiradoras e com significado especial para cada cliente.
Agilidade é uma necessidade
Entender o que o cliente necessita é fundamental para conquistá-lo e, na Era do Agora, onde tudo muda muito rápido, a agilidade pode ser um fator decisivo para cativar ainda mais o consumidor. Paulo Correa, CEO da C&A, explicou como a marca está usando a metodologia ágil para ter sucesso nessa tarefa:
“Na C&A, desenvolvemos uma marca chamada Mindset. Montamos uma célula ágil e multifuncional para entender as tendências da moda que estão acontecendo nas ruas, no dia a dia das pessoas. Estamos fazendo coleções semanais, e nosso ciclo de coleções que era semestral passou a ser mensal”.
Segmentar é preciso
Outro aspecto relevante para atrair o consumidor é utilizar a segmentação.
O Diretor-Presidente do Grupo Pão de Açúcar, Peter Estermann, contou que em função do investimento nas segmentações das campanhas, a marca conseguiu otimizar suas conversões. Ele exemplificou:
“Temos nosso app e, agora em setembro, a expectativa é ter dez milhões de downloads. Essa marca expressiva se deve ao fato de sabermos utilizar os dados, conhecer nossos clientes e oferecer ofertas personalizadas”.
No final do painel, ficou claro que as tarefas de se adaptar às necessidades do consumidor, pensar em inovações para melhor atendê-lo e reformular o modelo de negócio serão desafios constantes para as empresas daqui para frente.
Paulo Correa, CEO da C&A, fez uma reflexão a respeito desse contexto de adaptações e transformações:
“Uma coisa que a gente tem que ter consciência é que, daqui três ou cinco anos, a nossa empresa vai ser diferente de como é hoje. Se for muito parecida, cuidado. Huston, we have a problem!”.
O que a sua marca vem fazendo para se adaptar ao cenário do varejo na atualidade?
(*) Bianca Borges é Analista de Comunicação da ZOLY. Jornalista formada pela Universidade Anhembi Morumbi, também possui experiência nas áreas de assessoria de imprensa e gestão de mídias sociais. Gosta de escrever sobre diversos assuntos, mas, atualmente, seu foco é o Marketing Digital e Data Business.