Metodologia

Eye tracking para usabilidade

Por: Mari Sampaio
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Por Alessandra Nahra e Thiago Prado* 

Eye tracking é uma metodologia que permite ao pesquisador acompanhar o olhar do usuário sobre uma interface ou objeto. Esse registro é feito através de um dispositivo que mapeia os movimentos dos olhos – acoplado à cabeça do usuário ou na tela. O eye tracking tem inúmeras aplicações, em diversas áreas do conhecimento humano, como psicologia e design. Como pode colaborar com a pesquisa de usabilidade?

A utilização de eye tracking pode ser interessante na etapa de validação de uma interface, por exemplo. Mostra o que o usuário olha primeiro e como ele percorre as informações na página. Isso ajuda a entender se a organização proposta está de acordo com o que os usuários costumam buscar ou ler. Porém, a utilidade do eye tracking não é uma unanimidade no meio de UX. É claro que dados como o caminho do olhar em uma tela, o que é visto primeiro e onde o olho se detém podem trazer insights importantes para a análise de usabilidade. No entanto, não têm validade se apartados das outras observações e achados de um teste de usabilidade. E mais: não é tão simples analisar todos aqueles pontos coloridos na interface.

Imagem do site UX Matters

Em um teste de usabilidade convencional é possível obter informações bem parecidas – ou que levam a insights semelhantes – às originadas pelo eye tracker, através da observação do moderador, das perguntas realizadas na hora certa e de maneira adequada, e pelos mapas de calor (caminho do mouse na interface).

A baixa utilização da ferramenta – e a percepção de que não traz grandes novidades – faz ainda mais sentido quando se leva em consideração o alto custo para comprar ou alugar o equipamento. “Na época em que fizemos um teste com eye tracking, não achamos que valia muito a pena. Os heatmaps de mouse e teste de usabilidade convencionais atendiam com resultados praticamente iguais, por valores muito mais baixos. Se fosse mais acessível seria interessante, mas, como era caro e não resultava em nada muito diferente, não voltamos a usar”, conta Luciana Terceiro, que foi analista de usabilidade do UOL por dez anos.

Como lembra Neil Dawson nesse artigo do Usability Geek, se você ainda não está usando nenhum outro método de pesquisa de usabilidade, invista em testes de usabilidade ou teste A/B, entrevistas em profundidade – antes de sequer pensar em eye tracking. Afinal, “como Nielsen e Pernice dizem no livro Eyetracking Web Usability, você pode dobrar a lucratividade do seu site com apenas um bloco de anotações”.

 

(*) Alessandra Nahra é jornalista. 

(*) Thiago Prado é analista de UX Senior da Saiba+. 

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