Metodologia

O que é a análise heurística

Por: Mari Sampaio
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Por Alessandra Nahra* 

Uma das metodologias mais antigas e conhecidas da usabilidade é também uma das mais simples de ser executada – só requer um analista de UX e um planejamento prévio. A análise heurística é uma espécie de “inspeção” de usabilidade. Consiste em avaliar uma interface para determinar se obedece a princípios pré-determinados – as heurísticas.

As heurísticas mais conhecidas são as dez de Jakob Nielsen, desenvolvidas em 1990. Existem outras:

Os exemplos dessa imagem (tirada de uma apresentação de Abby Covert, na qual ela apresenta o seu conjunto de heurísticas) cobrem vários critérios de usabilidade de interfaces – e demonstram que as heurísticas podem ser customizadas ou criadas do zero, de acordo com necessidades particulares.

 

Como fazer:

A primeira atividade é listar os critérios que serão avaliados. Depois, dois (ou mais) analistas examinam a interface e checam a adequação a cada critério. Por exemplo, visibilidade do status do sistema: quando o usuário clica num botão, fica claro o que está sendo processado, o que está acontecendo ali? Ou o usuário fica com cara de perdido enquanto o site faz não-sei-o-quê?

E como determinar esses critérios? As heurísticas de Nielsen e de Abby Covert dizem respeito a padrões de usabilidade – que são plenamente conhecidos por especialistas e cuja ausência é fácil de reconhecer. Estude a interface tendo em mente esses padrões e destaque as não conformidades, sugerindo ações para corrigi-las. Observe também características que podem dificultar a navegação ou o entendimento da interface, ou que são de alguma maneira inadequadas ao que a interface se propõe. Também leve em consideração padrões segmentados, isto é, estabelecidos ou comumente utilizados para o mercado da interface que está sendo analisada. Uma busca de voos, por exemplo, tem um conjunto de normas de design que não permite muita disrupção: sempre deve pedir origem, destino, datas de ida e volta (é claro que é sempre possível propor soluções melhores, mas é preciso cuidar para que a inovação não prejudique a realização da tarefa).

 

Para quê:

Uma análise heurística tem o propósito de avaliar uma interface do ponto de vista de um especialista, com a finalidade de elencar os problemas e apontar soluções.

 

Quando fazer uma análise heurística:

  • Para defender uma reformulação: a heurística pode mostrar para um cliente quais são os problemas que ele não conhecia e ajudar a vender um projeto de uma nova interface;
  • Para informar a equipe de AI/Design: a heurística é um insumo em um projeto de UX;
  • Quando a interface tem problemas tão graves que não é necessário fazer um teste de usabilidade para descobri-los;
  • Para avaliar a consistência de padrões de interface de uma mesma organização que tenha equipes em projetos paralelos;
  • Quando há restrições de cronograma e/ou verba para pesquisa, fazer uma heurística é melhor que não fazer nada;
  • É bom lembrar que uma heurística não substitui um teste de usabilidade: observar um usuário navegando pode revelar problemas que o analista não vê. Por outro lado, em certos casos, uma heurística pode ser o primeiro passo para se repensar uma interface tendo a UX como prioridade.

Para terminar, conheça a UX Check – uma extensão para o Chrome para documentar uma análise a partir das heurísticas do Nielsen ou de uma lista customizada.

 

(*) Alessandra Nahra é jornalista. 

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