O que é o questionário online
Por Carolina Leslie*
Um questionário online é uma das formas mais rápidas de conhecer seu público-alvo. Monte um formulário online, divulgue o link e aguarde as respostas chegarem. Mas não se engane com essa aparente simplicidade. Há muita ciência envolvida na elaboração de questionários que tragam informações de qualidade.
O que é?
Um questionário online é um conjunto de perguntas que deve ser respondido por um grupo de pessoas. O aprendizado obtido com uma parcela relativamente pequena da população geral pode ser generalizada para todo o público – desde que os respondentes sejam selecionados de forma aleatória.
Como fazer?
1 – O que eu quero descobrir
Como em qualquer tipo de pesquisa, o primeiro passo é definir para que problema você busca uma resposta. Questionários online são muito versáteis e podem trazer respostas a diversos tipos de questionamento:
- Qual é o perfil do público que acessa meu produto?
- Em que situação o cliente acessa meu site mobile?
- Será que há demanda para o produto que queremos desenvolver?
- Por que nossas taxas de conversão estão baixas?
- Qual o nível de satisfação com meu produto?
Um objetivo claro serve de guia para a elaboração das questões e análise dos resultados.
2 – Com quem quero falar?
Delimite seu público-alvo, estime seu tamanho total para ter uma meta em relação ao número de respostas.
Definir uma estratégia de divulgação da sua pesquisa é outro ponto chave. O canal ideal depende, novamente, de seus objetivos, e pode ser:
- Uma chamada na página inicial do site ou produto;
- Comunicação por e-mail;
- Link por SMS ou WhatsApp;
- Divulgação em redes sociais;
- Destaques na intranet etc
3 – O que e como perguntar?
Elaborar as questões de uma pesquisa online pode parecer simples no início, mas é uma tarefa extremamente delicada.
- Faça sempre o menor número de perguntas possível para encontrar as respostas necessárias – quanto mais longo for o questionário, menores as taxas de resposta.
- A ordem das questões altera os resultados e o entendimento do enunciado. Priorize as questões mais importantes ao estudo e deixe dados gerais, como perguntas demográficas, para um segundo momento.
- Os enunciados devem ser claros, simples e diretos. Evite frases complexas, negativas e condicionais, que podem gerar dúvidas de entendimento.
- Muito cuidado com a definição das alternativas. Procure embasamento em outras pesquisas para definir uma lista que atenda a todos os casos de uso. Uma lista mal formulada pode enviesar os resultados – um participante que não encontrou uma opção adequada pode selecionar outra coisa apenas para terminar mais rápido.
- Pense no melhor formato para cada pergunta: escolha única, múltiplas opções, escalas, respostas abertas… O que faz sentido para a pergunta?
- Perguntas abertas geram informações muito ricas, mas a análise desses resultados é muito mais lenta e complicada. Pese sempre o custo-benefício, mas inclua pelo menos uma questão desse tipo no fim do questionário.
4 – Teste, ajuste, teste novamente
Assim como um bom protótipo, um questionário deve ser testado e revisado. Algumas perguntas podem parecer claras para o pesquisador, mas soam confusas para alguém com um olhar de fora para o projeto, ou são interpretadas de formas diferentes por cada respondente – o que pode inviabilizar as respostas.
Nunca envie um formulário sem antes testá-lo. Valide internamente com a equipe e depois com representantes do público-alvo, se possível, pessoalmente. Acompanhar o preenchimento da pesquisa pode indicar pontos de dúvida, enunciados pouco claros, perguntas enviesadas e ausência de opções de resposta.
5 – Publique
Há várias ferramentas online disponíveis para a publicação de pesquisas na web. Google Forms, Typeform, Survey Monkey e Wufoo são alguns bons exemplos.
Depois de atingida a quantidade de respostas projetada, é hora de analisar os achados. Assunto para um outro post 😉
(*) Carolina Leslie é cientista molecular de formação, user experience designer por vocação e empreendedora por acaso. Apaixonada por interseções entre áreas de conhecimento, como matemática, design, tecnologia, psicologia e negócios. Diretora de UX na Zoly.