Metodologia

O que é uma análise comparativa

Por: Mari Sampaio
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Quem nunca fez uma análise comparativa – ou o popular “benchmark”? Afinal, é uma das metodologias mais fáceis de executar: não precisa recrutar usuários e não precisa ser um expert para encontrar sites da concorrência, ou do segmento, compará-los uns com os outros e com o do cliente em questão.

O problema é que essa facilidade toda pode gerar um produto final muito pobre, que não vai trazer insights. Um bom benchmark não se resume a elencar características e apontar o que é bom e o que é ruim em um site. Um entregável assim carece de reflexão, conclusão, e fatalmente vai servir para nada. Então, como fazer uma análise comparativa de qualidade, cujo entregável final seja, de fato, um documento que vai gerar inteligência ao projeto? É preciso contextualizar, buscar informações que possam ser aplicadas, ter visão crítica e reflexão. Uma funcionalidade maravilhosa e bem executada não serve para nada se não fizer sentido para o segmento, por exemplo.

A análise comparativa de UX foca principalmente em:

– Arquitetura de informação – como as empresas organizam o conteúdo no site, que seções o site tem, como são os rótulos das áreas

– Navegação – como é apresentado o menu, como o usuário chega aos conteúdos e funcionalidades; o que acontece quando se preenche um formulário ou se realiza uma ação no site

– Funcionalidades – o que cada site oferece aos usuários e como é o funcionamento e a interação (por exemplo, um site de montadora automotiva: tem o famoso “monte seu carro”? O que ele permite fazer? Como é a navegação?)

– Conteúdo – é pouco, é muito, é útil, é informativo, é bem escrito?

– Design visual e estilo – o site é moderno, é agradável, é bonito, é funcional?

A primeira coisa a ser feita é definir os “players”: quem vamos olhar? A análise dos concorrentes nacionais informa qual o grau de maturidade de UX do site do cliente que encomendou o projeto. Os sites estrangeiros podem mostrar como outros mercados lidam com as questões referentes ao segmento e apontar boas ideias. E sites de segmentos diferentes às vezes inspiram inovações que podem fazer sentido para o projeto.

Definidos os sites a serem analisados, começamos a buscar boas práticas, inovações, oportunidades de diferenciação. A análise tem que ter esse olhar crítico. Boas práticas são as coisas bem resolvidas, uma boa navegação, uma funcionalidade útil e bem desenhada, um rótulo que já virou padrão do mercado. Inovações são coisas que um player traz e outros não têm, e é relevante ao segmento – ou algo que algum dos players está fazendo excepcionalmente bem feito. Oportunidades de diferenciação são aquelas coisas mal resolvidas, que ninguém ainda conseguiu fazer direito – mas o nosso cliente pode.

Para os concorrentes nacionais (e às vezes incluindo os internacionais, mesmo não sendo concorrência), costumamos fazer uma tabela comparativa. Entre as práticas de mercado, o que cada site tem, o que faz muito bem, o que não funciona direito. Essa tabela permite uma visão rápida e amigável do posicionamento do cliente em relação a UX.

A conclusão de uma análise comparativa deve gerar insights para a equipe e apontar oportunidades estratégicas. Aprimore seu benchmark até ter certeza de que isso está apresentado no entregável.

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