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Pesquisa da Saiba+ traça o panorama da UX no Brasil

Por: Mari Sampaio
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Por Carol Leslie*

Como praticamos UX no Brasil? Quais as diferenças entre o trabalho de UX em empresas, agências e consultorias? Que técnicas usamos? Sabemos medir o impacto do nosso trabalho? Essas são algumas das questões que buscamos discutir – e responder – com a pesquisa sobre o panorama do mercado de UX no Brasil.

Realizada em dezembro de 2015 através de um questionário online, a pesquisa teve 233 respostas de profissionais ligados à área. Vamos apresentar os resultados completos durante o 5º WIAD – Dia Mundial da Arquitetura de Informação (que acontece dia 20 de fevereiro, na sede do Google em São Paulo), e adianto aqui alguns dos achados mais interessantes.

 

Como você descreve o lugar em que você trabalha?

Mais da metade dos respondentes (vide gráfico que abre o post) trabalha em empresas nas quais UX é uma ferramenta para seu objetivo final. Isso mostra como a disciplina vem ganhando importância no mercado, já não é um trabalho de nicho. Organizações de porte cada vez maior criam áreas focadas em UX. Ter uma equipe interna estruturada é o primeiro passo para garantir a maturidade da experiência de uso de produtos e serviços.

 

Quais destas metodologias você usou nos últimos seis meses?

A lista de metodologias usadas recentemente mostra uma tendência para atividades de pesquisa sem contato direto com o cliente final.

Benchmark foi a técnica mais citada (mais de 60% das empresas e 70% das agências a utilizam) – o que faz muito sentido: uma pesquisa de concorrentes e referências pode ser feita por alguém da equipe, sem a necessidade de envolver outras áreas ou aprovar novos orçamentos.

Personas e Jornadas do consumidor também aparecem em destaque, mas aqui vale uma reflexão: será que esses documentos são sempre montados tendo como base pesquisas com consumidores reais? Minha experiência mostra que nem sempre esse é o caso.

Uma constatação positiva: testes de usabilidade foram realizados por mais de 50% dos respondentes. Muitos experimentaram os testes pela primeira vez, em versões informais realizadas no escritório. É um bom sinal que mostra a crescente popularização da metodologia, uma das mais efetivas do arsenal de usabilidade.

Questionários online foram aplicados por uma parcela significativa de respondentes. Essa metodologia é uma das formas mais fáceis de iniciar uma cultura de conversas com o cliente final – ela pode trazer bons insumos e não tem as barreiras clássicas de custo e tempo associadas a entrevistas.

 

Como são feitos os testes de usabilidade na sua empresa?

Métricas de sucesso

O dado mais impressionante da pesquisa diz respeito a métricas de sucesso: entre as empresas, mais de 60% afirmou não saber medir o sucesso de ações de UX:

UX tem ganhado força e espaço no mercado. Acreditamos muito nas possibilidades de negócio criadas por nossas metodologias, mas não sabemos mensurar e vender nosso sucesso. Medir o ROI de UX é um dos grandes desafios que encontramos como comunidade. Se, por um lado, é realmente difícil isolar o que é o investimento em UX, por outro temos que aprender a falar a linguagem de quem paga as contas.

O tema ROI merece um post só para ele. Mas fica o convite para pensarmos como comunidade de prática: com essa carência de números que comprovem nossos resultados, como vamos aumentar nossa participação estratégica nos negócios?

 

(*) Carolina Leslie é cientista molecular de formação, user experience designer por vocação e empreendedora por acaso. Apaixonada por interseções entre áreas de conhecimento, como matemática, design, tecnologia, psicologia e negócios. Diretora de UX na Zoly.

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