Pesquisa

Panorama UX revela as principais mudanças na área em um ano pandêmico

Por: Mari Sampaio
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Uma disciplina em constante evolução, é como enxergamos a área de User Experience no Brasil. Mas de que forma esse mercado reagiu aos acontecimentos inesperados que 2020 trouxe, como a pandemia e o isolamento social? 

É exatamente essa pergunta que a pesquisa Panorama UX respondeu. O estudo, idealizado pela Carolina LeslieGerente de Produtos Digitais da Zoly, já está no seu 6° ano e foi apresentado no WIAD 2021 – Edição São Paulo- evento que a Zoly também apoia. Sem mais delongas, vamos aos dados.

Diversidade à prova

Essa edição da pesquisa contou com mais de 1.700 respondentes, sendo que as regiões com maior volume de participantes foram o sudeste e o sul do Brasil. Vale destacar que o estado e a cidade de São Paulo tiveram, respectivamente, mais de 50% e 40% das respostas.

“Esse dado já mostra que o mercado é muito concentrado nessa região e fica a curiosidade se, daqui para frente com a adoção do trabalho remoto, algo vai mudar. Será que as pessoas vão migrar para o interior?”, indagou Carolina Leslie, durante a apresentação da pesquisa.

Outra informação que é interessante destacar é que, pela primeira vez, o número de respondentes mulheres superou o de homens, 51% das pessoas afirmaram ser do sexo feminino.

Em compensação, quando pensamos em raça, a maioria dos participantes se considera branca. Nesse ponto fica claro que falta diversidade em relação à representação das diversas etnias na área de UX.

Novo modelo de trabalho, exige adaptação

Antes da pandemia, 73% dos profissionais de UX precisavam se locomover até os escritórios das empresas todos os dias, 21% conseguiam trabalhar remotamente de 1 a 3 dias por semana e e apenas 6% tinham a possibilidade de atuar totalmente de forma remota.   

Quando comparamos esses dados com os meses de novembro e dezembro do ano passado, época da coleta dos dados da Panorama UX, esse cenário muda complemente. Hoje, 95% das pessoas passaram a trabalhar de casa em tempo integral.

Mas o que os profissionais acharam dessa mudança de ambiente? Bom, de acordo com as informações apurados pela Diretora de Produtos Digitais da Zoly, um modelo preferido já foi escolhido.

“Antes da pandemia, a questão do home office já vinha sendo discutida, e as pessoas queriam muito esse formato de trabalho. Depois da experiência do home office, o modelo ideal considerado pela maior parte dos participantes acabou sendo o híbrido com 55% da preferência”, afirmou Carolina.

Vale ressaltar aqui que não só os profissionais de UX se adaptaram ao modelo remoto, como as empresas que eles atuam também. 77% dos respondentes afirmaram que suas companhias souberam remodelar a cultura organizacional ao ambiente remoto e 89% consideram que têm acesso às ferramentas adequadas para continuar fazendo um bom trabalho, mesmo estando em casa.

A Panorama UX também apontou aspectos positivos no formato home office:

  • 74% dos respondentes consideram ter um ambiente de trabalho adequado em casa;
  • 56% conseguem separar bem a vida profissional da vida pessoal, mesmo trabalhando de casa;
  • 65% dos profissionais de UX sentem-se mais produtivos trabalhando remotamente;
  • 62% considera que tem mais autonomia no home office que no escritório.

Por outro lado, quase metade das pessoas (49%) consideram que a pandemia afetou sua capacidade de concentração.

Ferramentas e plataformas se reinventam

Assim como o modelo de trabalho mudou, as ferramentas também precisaram se reinventar e as que souberam fazer isso ganharam novos adeptos. Esse é o caso do Figma, que em 2018 era usado por 27% dos entrevistados e, em 2020, alcançou 62% dos profissionais. Carolina explicou o motivo desse aumento:

“Esses novos usuários migraram de ferramenta. A Sketch tinha 59% dos usuários e terminou 2020 com apenas 29%. Isso aconteceu porque a Sketch demorou muito para oferecer uma ferramenta de compartilhamento online que a gente pudesse usar sem a necessidade de estar próximo. O Figma conseguiu resolver esse problema mais rápido e as pessoas mudaram para ele”.

Mercado de trabalho se mantém firme

O mercado de trabalho foi um dos últimos pontos abordados pela Diretora de Produtos Digitais da Zoly durante a apresentação da Panorama UX no WIAD e, podemos perceber que mesmo com a pandemia o mercado não se abalou.

“Estamos vivendo um momento econômico super delicado. Nos últimos anos, os resultados da Panorama UX em relação às ofertas de trabalho foram muito positivos, vimos um crescimento na área. Eu tinha pensado que talvez isso não tivesse acontecido esse ano, mas felizmente o cenário se manteve. Apenas 2% das pessoas disseram que não estão trabalhando e só 18% responderam que estão com medo de perder o emprego.  Dado ao momento que vivemos hoje, esse é um número relativamente bom”, destacou Carolina.

Apesar de 10% dos respondentes afirmarem que nas companhias em que trabalham aconteceram demissões em massa, 33% disseram que as suas empresas contrataram muitas pessoas nesse período de pandemia, e ainda 45% dos participantes do estudo consideram que o impacto da pandemia foi economicamente positivo. 

Esse crescimento contínuo se deve ao fato do setor digital, no qual os profissionais de UX atuam, ter sido justamente o alicerce que manteve a conexão entre as pessoas nesse momento de distanciamento.

É inegável a importância do digital, na vida das pessoas e também para as empresas. Pensando nisso, aqui vai uma pergunta pra você pensar a respeito: como está a presença digital da sua marca ou empresa?

(*) Bianca Borges é Analista de Comunicação Sênior da ZOLY. Jornalista formada pela Universidade Anhembi Morumbi, também possui experiência nas áreas de assessoria de imprensa, gestão de mídias sociais e planejamento estratégico.

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