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Design System e Ops: porque utilizar esses dois pilares estratégicos de UX para a sua marca

Por: Mari Sampaio
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Já pensou em melhorar a experiência do seu cliente e, ao mesmo tempo, aumentar a eficiência nos seus processos operacionais? Leia essa entrevista e entenda como o Design System e Ops pode te ajudar nessa tarefa

 

Você já ouviu falar de Design System e Design Ops? Essas são duas práticas de UX que, gradativamente, têm sido adotadas pelas marcas e empresas com o intuito de potencializar a experiência do consumidor, trazer melhorias em produtos e serviços e aumentar a eficiência nos processos operacionais.

Conversamos com Raul Passos, Especialista em Criação de Produtos Digitais com foco em CX Design, e, ele nos contou mais sobre essas duas metodologias. Confira a entrevista completa desse Papo Reto ZOLY a seguir:

 

(ZOLY) Qual a diferença entre Design System e Design Ops? Pode explicar em que consiste cada uma dessas práticas?

(Raul) Apesar das nomenclaturas serem similares, ambas as práticas possuem características diferentes, mas com um poder sinérgico único. Uma está focada em solucionar problemas de interface dentro de um em ecossistema e a outra é mais direcionada para pessoas e processos.

Design System ou Design Language System (DLS) é um produto interno que facilita a comunicação entre negócio, desenvolvimento e experiência. Trata-se de documento vivo contendo componentes, propriedades e padrões que direcionam a construção de serviços e produtos, principalmente digitais. De forma informal, gosto de resumir que o design system se trata de uma linguagem comum entre devs e designers.

Design Ops ou Design Operation é um mindset com viés tático para orquestrar e facilitar questões operacionais de negócio dentro do universo da experiência do usuário.

É comum notarmos com maior frequência as grandes companhias compreendendo a importância da experiência voltada para o usuário, com isso, as equipes com foco nessa premissa vêm crescendo. Nesse contexto é que entra o Design Ops, que tem a proposta de implementar processos para dar apoio a esses times, conectando os designers, potencializando skills e retendo-as dentro dos grupos de trabalho. Isso reflete na percepção de valor das equipes para a companhia.

O profissional de Design Ops pode ser facilmente confundido com um Product Manager ou Product Owner, mas eu diria que seu papel é até mais “afetivo”, uma vez que, este já conhece dores e prazeres da profissão de UX/UI e estará mais focado no trabalho em equipe, processos e pessoas.

 

(ZOLY) O Design System traz benefícios para as empresas e equipes que o utilizam. Quais são as principais vantagens?

(Raul) Vou citar apenas os mais abrangentes, mas dependendo do negócio, podem existir benefícios bem específicos. Na minha opinião são duas vertentes principais:

1 – Equipe

  • Foco em desenvolver soluções ao invés de interfaces (isso é muito importante);
  • Escalabilidade e agilidade na construção de novas features;
  • Menor esforço de implementação;
  • Facilidade na construção de novas interfaces e fluxos;
  • Agilidade na validação;
  • Efeito dominó de manutenção. Quando o componente é alterado, isso é refletido em todo ecossistema;
  • Melhora na relação entre equipes (cá entre nós, todos sabemos que existem momentos quentes entre devs e designers haha <3).

É importante mencionar também que o Design System possui inúmeros desafios como: entregar valor para a empresa, se tornar parte do workflow, da manutenção, etc. A dica é que o Design Ops pode ter um papel fundamental na solução dessas dores.

 

2 – Usuário

  • Facilidade na identificação de componentes;
  • Menor curva de aprendizagem pelo efeito da padronização de componentes;
  • Acessível e de baixo esforço cognitivo;
  • Elimina a ambiguidade e subjetividade de modelos mentais;
  • Sensação de segurança e credibilidade.

 

(ZOLY) Pode dar dicas para criar um Design System eficiente?

(Raul) Construa a sua DLS (Design Language System) baseada em design atomic. No começo pode ser difícil, mas a longo prazo será ágil e escalável.

Focus in the basic“. Comece coletando informações relevantes, principalmente gaps e padrões (navegação, comportamento, modelo mental) e construa a DLS apoiada em dados.

 

Step 1: insumos

Na maioria dos casos, temos que elaborar um design system com base em uma estrutura já pronta, então sugiro:

  • Faça uma análise heurística da sua estrutura atual;
  • Crie um inventário contendo todos os componentes. Será notável muitas inconsistências e repetições de componentes que poderiam ser mesclados. (Tem gente que até imprime e recorta, mas você pode fazer isso com uma lousa digital);
  • Colete dados de ferramentas como Google Analytics, Heatmap, navegação assistida, etc.
  • Análise referências para o seu benchmark;
  • Defina pilares dos seus designs (modular, escalável, acessível, app first, entre outros)

 

Step 2: desenvolva uma estrutura simples

  • Melhor um processo simples do que nenhum processo. Foque primeiro em criar a cultura de uso do design system para que seu valor seja notável e compreensível para todos. Caso contrário, muitas pessoas enxergarão como “apenas mais um processo”;
  • Tenha uma paleta de cores acessíveis;
  • Delimite tipografia e tamanho de fontes;
  • Estabeleça padrões de espaçamentos;
  • Defina padrões de formas visuais (ex: labels, botões, inputs, modais, etc);
  • Faça diversos stress testing, teste a/b e de usabilidade, principalmente em fluxos complexos. Às vezes, os componentes simples podem gerar ruídos em cenários de alta carga cognitiva;
  • Sugiro inclusive testes de implementação para validar o processo de execução entre devs, designers, stakeholders, Q.A’s e outras pessoas da equipe.

 

(ZOLY) Agora, falando sobre Design Ops, quais são as vantagens de ter esse tipo de profissional ou mesmo esse mindset em uma organização?

(Raul) It’s depends (haha). Cada companhia terá vantagens e desvantagens sobre este tipo de mindset. Mas posso citar alguns benefícios na minha opinião:

  • Processos mais consolidados;
  • Ambiente harmônico e agradável na equipe. (Pessoas felizes, reclamam menos e constroem soluções incríveis);
  • Autonomia para construção de novos produtos;
  • Aumento de maturidade e senioridade de profissionais;
  • Otimização do fluxo de trabalho;
  • Crescimento do impacto da experiência centrada no usuário para a companhia.

 

(ZOLY) Tem algum case de sucesso para compartilhar com a gente?

(Raul) Todo projeto se trata de pessoas, saber lidar com as diferenças e entender que essas são positivas para uma visão multilateral de qualquer produto.

Em todo trabalho cooperativo existe o grande desafio da comunicação, já no universo paralelo de UX/UI existe uma vertente problemática que é a consistência de interfaces.

Quando participei da construção do Design System para uma grande marca do varejo brasileiro, o maior desafio foi, sem dúvidas, tornar esse design parte do processo das equipes, principalmente, quando já temos um modus operandi institucionalizado.

Outro desafio que acredito que muitos podem enfrentar é como provar o valor do produto para a companhia (acredite, isso é muito comum). Mas como costumo dizer: com esforço e boa vontade se realiza muita coisa.

Aos poucos, notamos as entregas mais ágeis, diversas cabeças desenhando interfaces similares e, principalmente neste momento, encontramos uma linguagem fluída entre várias disciplinas e o Design System.

O maior ganho com o Design System foi possibilitar às equipes otimizarem tempo para conseguirem manter o foco em transformar insights poderosos em soluções tangíveis e eficazes.

 

Gostou desse Papo Reto? Se quiser saber mais sobre o que o Desgin System e Ops podem fazer pela sua marca, entre em contato com a equipe de UX da ZOLY e tenha acesso a insights que vão levar a sua empresa a outro patamar.

 

Sobre o entrevistado:

Raul Passos é Especialista em Criação de Produtos Digitais com foco em CX Design e bodybuilder nas horas vagas. Dedica-se a criar experiências completas para o usuário, atuando no workflow da construção do produto.

Gosta de co-criar, auxiliar em design sprints para concepção do produto sempre estando próximo das pesquisas e dos testes de usabilidade. Atua fortemente com entregáveis que compõem a jornada do usuário: personas, arquitetura de informação, fluxogramas, prototipagem, navegação assistida, CRO, Design System, elaboração de interfaces e por fim análise de KPI’s e Goal’s da entrega.

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