Diversidade: pesquisa da ZOLY traz panorama sobre a inclusão na área de UX
Panorama UX, estudo considerado uma referência no país, mapeia detalhes sobre as diferenças de gênero, raças, cargos e salários na comunidade UX
Junho é o mês da diversidade ao redor do mundo. A comemoração do Dia Internacional do Orgulho LGBTQ+, em 28 de junho, trouxe grande visibilidade para o debate sobre a inclusão e a aceitação das diferenças. A ZOLY acredita que tudo o que essa data representa não pode ser lembrado apenas nessa época do ano: as empresas precisam inserir o mindset da diversidade em suas culturas organizacionais e debater esse tema com seus colaboradores.
Diversidade foi o foco da nossa pesquisa, Panorama UX, criada e organizada há quatro anos pela Head de UX da ZOLY, Carolina Leslie. O estudo, que já é considerado uma referência no país, por trazer dados sobre uma área relativamente nova no Brasil, mapeou detalhes sobre as diferenças de gênero, raças, cargos e salários na comunidade UX.
Confira a seguir os principais insights da nossa pesquisa:
A diversidade na comunidade de UX
Logo de início, a Panorama UX revelou que a prática da profissão está se expandindo pelo país. Em 2015, apenas 12 Estados participaram da pesquisa e, em 2018, a aderência foi de 23 Estados. Apesar de o número de respondentes ter sido maior em São Paulo, grande polo econômico do Brasil, a inclusão de mais Estados evidenciou uma crescente diversidade regional nos locais de atuação desses profissionais.
Idade e Gênero
Ficou claro que grande parte dos profissionais de UX é jovem, 68% deles têm menos de 32 anos. Isso se deve ao fato de a função ser relativamente nova no mercado de trabalho.
Em relação ao gênero das pessoas que trabalham na área, a pesquisa demonstrou uma predominância masculina, equivalente a 61% dos profissionais. Na verdade, desde a primeira pesquisa, realizada em 2015, o percentual de mulheres se mantém menor que o de homens.
SLIDE
Comunidade LGBTQ+
A pesquisa também mostrou que 18% dos profissionais de UX se considera LGBTQ+, sendo que, 25% que afirmaram pertencer a esse grupo são do gênero feminino e 14% do gênero masculino.
Multiplicidade de Raças
A predominância de pessoas que se consideram da raça branca é evidente: 70% dos profissionais respondentes do estudo afirmam ser brancos, 18% pardos e 5% negros.
Deficiência
Quando falamos de diversidade, não podemos nos esquecer das pessoas que possuem alguma deficiência. No último censo, feito pelo IBGE, constatou-se que 24% dos brasileiros possuíam algum tipo de deficiência. Fazendo um recorte específico para a área de UX, como é a proposta da Panorama UX, apurou-se que 8% dos integrantes da comunidade alegam ter alguma deficiência, número bem contrastante com o da população brasileira em geral.
A relação entre cargo de liderança e diversidade
Outro viés interessante para avaliar a diversidade é analisar os cargos e salários dos profissionais da área.
Como já vimos, a maior parte dos profissionais de UX são da raça branca, e esse quadro se agrava nas posições de liderança: 79% dos líderes são brancos.
Existem mais mulheres trabalhando como analistas (41%) contra (28%) que conseguiram chegar à liderança. Já para os homens, é o oposto: existem mais líderes (72%) do que analistas (59%).
Os líderes LGBTQ+ totalizam 14% e os analistas que afirmam fazer parte desse grupo são 20%.
Já os profissionais com deficiência que estão em posição de liderança são 3%. Esse dado revela que o número de pessoas com deficiência em cargos de chefia e em cargos menores não apresenta uma grande variação, visto que, o total de pessoas com deficiência na área de UX é de 8%.
A diferença do salário de mulheres em cargos de liderança para homens na mesma posição também é grande. O salário máximo das profissionais mulheres não atinge R$ 20.000, já o dos homens com a mesma função chega a R$ 35.000.
De acordo com os dados apresentados, percebemos que o gênero e a diversidade étnica ainda exercem influência sobre a questão dos cargos e salários, e as minorias permanecem sub-representadas.
A pesquisa mostrou o cenário da diversidade do setor de UX, mas essa questão é cada vez mais constante em diversas áreas que compõem o mercado de trabalho e se preocupam com inovação e com a construção de sociedades mais justas. Para promover mudanças em relação à inclusão e à aceitação das diferenças, o conceito da equidade precisa ser debatido nas empresas com mais frequência e inserido verdadeiramente no mindset de cada organização.