NRF 2020: inclusão e diversidade são os próximos passos do varejo
Por Bianca Borges*
O tema da inclusão tem ganhado mais força em muitos setores da sociedade atual e no varejo não é diferente, por isso, esse foi um assunto discutido também na NRF 2020, a maior conferência do setor varejista.
Em um mundo onde o cliente – ainda bem- ganhou voz, as marcas precisam se adequar às necessidades desse consumidor e deixar de lado os preconceitos e padrões pré-estabelecidos.
Abandone os estereótipos
Quando se fala em atender às necessidades do cliente, a indústria da moda é uma das vertentes do varejo que precisa superar esse desafio, afinal, não é de hoje que o setor recebe muitas críticas por construir padrões de beleza, muitas vezes, inalcançáveis.
De acordo com o CEO da Bonobos, Micky Onvural, para essa indústria se transformar realmente, é preciso começar pela reformulação da cultura das empresas. Se não houver a alteração do mindset de quem faz a moda acontecer, ela nunca irá ser verdadeiramente inclusiva.
Para Alexandra Waldman, Co-fundadora e Diretora Criativa da Universal Standard, insistir nos estereótipos é nocivo tanto para os clientes como para a própria marca. Os consumidores são prejudicados porque não encontram roupas que se ajustem bem ao seu corpo, mas a empresa também deixa de lucrar. Segundo Alexandra, 150 milhões de mulheres nos EUA usam roupas maior que o tamanho 14 e, infelizmente, muitas marcas não produzem peças para esse público.
Estimule a inclusão no seu mercado de trabalho
O novo consumidor ativo e engajado também está no mercado de trabalho e quer ser valorizado enquanto profissional. Por isso, além de atender aos desejos do cliente externo, as organizações não podem esquecer da demanda interna, dos seus funcionários. A questão da inclusão precisa permear entre esses dois ambientes.
Shannon Schuylerm, Diretora de Propósito da PwC e do projeto “CEO Action for Diversity & Inclusion“que promove a diversidade e a inclusão no local de trabalho, abordou essa questão na NRF 2020. Segundo a Diretora, no último ano, ocorreu um aumento de 70% nas inscrições de CEOs para participarem desse programa.
Esse dado revela que a diversidade é algo central para o sucesso da sociedade, e que tanto as pessoas como as empresas precisam lutar para mudar o cenário atual, onde, apenas um determinado grupo se destaca nos cargos de liderança.
Em relação à inclusão de mais pessoas do gênero feminino nos cargos de diretoria, Shawn Outler, Diretora de Diversidade da Macy’s Inc, salientou que as mulheres precisam se unir e acabar com as percepções negativas do mercado. Uma forma de mudar essa visão, segundo ela, é compartilhar as histórias de vida.
Promova a experiência singular
Além de quebrar estereótipos e incentivar a diversidade no ambiente corporativo, principalmente em cargos de liderança, existe um outro aspecto sob o qual as marcas podem trabalhar a questão da inclusão que é: oferecer experiências personalizadas.
A princípio, esse fato pode parecer um pouco desconexo da questão da diversidade e inclusão, porém, observando a fundo, essa é uma forma de mostrar que a sua marca se preocupa verdadeiramente com o cliente e respeita sua individualidade.
Como Erik Nordstrom, Co-presidente da Nordstrom, salientou em sua palestra: “Os clientes vão e voltam sempre buscando uma experiência singular”.
Por tanto, você, enquanto marca, precisa pensar em todas as maneiras para tornar tanto o seu produto ou serviço mais inclusivo bem como incentivar a diversidade no seu ambiente de trabalho. Além disso, é importante não esquecer que cada cliente é único e experiências personalizadas são sempre bem-vindas. Pense nisso!
*Com informações de Mercado e Consumo, site do Grupo Gouvêa de Souza e NRF Blog
*Crédito da foto: divulgação NRF
(*) Bianca Borges é Analista de Comunicação Sênior da ZOLY. Jornalista formada pela Universidade Anhembi Morumbi, também possui experiência nas áreas de assessoria de imprensa e gestão de mídias sociais. Gosta de escrever sobre diversos assuntos, mas, atualmente, seu foco é o Marketing Digital e Data Business.